Análise da irradiação de diversos aparelhos fotopolimerizadores

INTRODUÇÃO
O avanço apresentado pela Odontologia dentro da área de dentística está muito ligado à melhora das propriedades e características das resinas compostas como material restaurador e/ou equipamentos odontologia cimentante, viabilizando a confecção de restaurações, cujo aspecto imita com excelência o esmalte e a dentina perdidos. Um dos passos importantes para a melhora na aplicação destes materiais foi o aprimoramento no método utilizado para proceder-se à polimerização: a fotopolimerização. Inicialmente feita utilizando-se aparelhos que emitiam luz ultravioleta e atualmente valendo-se de aparelhos que emitem luz visível, a fotopolimerização trouxe duas vantagens fundamentais sobre o método anterior de ativação química: maior tempo de trabalho e menor possibilidade de incorporar bolhas na massa de resina, já que não há necessidade de espatular o material restaurador.

O aparelho fotopolimerizador led tornou-se uma das ferramentas mais utilizadas na clínica diária. São vários os materiais atualmente disponíveis que dependem da ação do fotopolimerizador para que se tornem efetivos ou polimerizem. Além das resinas para restauração e cimentação, adesivos dentinários e ionômeros de vidro, há também cimentos temporários, cimentos periodontais e mesmo agentes clareadores que necessitam de um aparelho fotoativador. Inicialmente os aparelhos fotopolimerizadores eram compostos de uma caixa que continha a fonte de radiação (lâmpada) e o filtro. A esta caixa acoplava-se um longo cabo flexível composto de fibras ópticas, ou gel (via líquida), que transmitia a luz desde a caixa até a boca do paciente. A quantidade de energia perdida desde o filtro até a ponta do cabo era significativa e tornava-se ainda mais importante na medida em que o cabo ia sendo manuseado e, em seu interior, ocorria a quebra das fibras que o compõem, ou formação de fungos nos cabos com gel transmissor. Atualmente os aparelhos são do tipo pistola e apresentam duas vantagens principais sobre os aparelhos do tipo cabo quanto à quantidade de energia irradiada: a fonte de radiação fica mais próxima da boca do paciente e a ponteira rígida não se fratura. Estes dois fatores disponibilizam uma quantidade maior de energia para que se proceda à fotopolimerização. Entretanto, se essa suposta energia não for produzida pelos aparelhos, dentro dos parâmetros já determinados por alguns autores2;4;6, ocorrerá um comprometimento da qualidade do material utilizado2;3;6;7;8, o que motivou esta análise da energia produzida pelos diferentes aparelhos fotopolimerizadores disponíveis no mercado.

Fundamentos elementares de radiação óptica
A luz percebida pelo olho humano é somente uma pequena parte do espectro eletromagnético, que é classificado em três intervalos básicos:

ondas elétricas e de rádio;
radiação óptica;
raios X, gama e cósmicos.
O intervalo de radiação óptica é subdividido em intervalo ultravioleta, visível e infravermelho. Esses intervalos foram criados de acordo com os efeitos fisiológicos observados.

A terminologia utilizada no trabalho é definida abaixo:
– radiação óptica: consiste de energia propagada na forma de ondas eletromagnéticas;
– luz visível: é a única parte do espectro eletromagnético capaz de sensibilizar o olho humano, compreendida entre 380 e 780 nanômetros (nm);
– irradiação: quantidade de radiação emitida por uma fonte ou recebida por uma superfície;
– transmitância: é a razão entre a intensidade de radiação emergente e a incidente num filtro óptico.